terça-feira, 24 de abril de 2012

A CONSANGÜINIDADE NOS POMBOS Genética


A CONSANGÜINIDADE NOS POMBOS
Genética
DUAS LINHAS DIREITAS
linhas diretas: A,B,C,D,E e A,B,C,D,E.
São, entre si, colaterais B e B (meio irmãos, porque nascidos de duas fêmeas
diferentes). A  é o fundador; B e B são filhos de A; C e C os netos de A e assim por
diante.
Entre a duas linhas diretas (A,B,C,D,E e A,B,C,D e E) estão os parentes colaterais (ex. entre
C e C ou entre C e D).
O  grau  de  parentesco  é  calculado  se  contando  as  letras,  excluindo-se  a  primeira,  que
intercorre entra as duas conseguintes. Alguns exemplos: entre A e B existe um
parentesco de 1º grau; entre A e C de 2º grau; entre A e D, de 3º grau; entre B e F
de 3º grau.
Parentesco de 1º grau: entre pai e filho
Parentesco de 2º grau: entre avo e neto ou entre irmão e irmã.
Parentesco de 3º grau: entre bisavô e bisneto ou entre tio e sobrinho
Parentesco de 4ºgrau: entre primos
A consangüinidade pode ser:
Estreita se de 1º e 2º graus
Média se de 3º e 4º graus
Larga entre o 5º e o 10º graus
A  consangüinidade  larga  e  média  é  chamada  pelos  anglo-saxões  de  Line-breeding,
enquanto a consangüinidade estreita de inbreeding.
Consangüinidade
Direta
A multiplicação entre anim ais da mesm a espécie pode ser:
>>a) entre indivíduos da mesma família:
CONSANGÜINIDADE
>>b) entre animais da mesm a raça:
S ELEÇÃO


>>c) entre raças diferentes:
CRUZAMENTO
>>d) entre mestiços resultantes do cruzamento:
MESTIÇAMENTO
>>e) entre animais de espécies diferentes:
HIBRIDAÇÃO
Na  espécie  humana,  a  união  entre  parentes  próximos  (consangüinidade)  está
regulamentada,  proibindo-se  o  casamento  consangüíneo  até  determinado  grau  de
parentesco,  a  fim  de  contrariar  o  aparecimento  de  taras  nos  descendentes.
Existem autores que defendem  a mesma teoria dos humanos para os animais, enquanto
há  outros  que  defendem  que  a  consangüinidade  nos  animais  aumenta
consideravelmente a potência hereditária.
No  nosso  caso  (Pombos),  não  se  conhecem  casos  de  "taras"  e  muitos  columbófilos
praticam-na com sucesso.
No  meu  caso  pessoal  (e  de  muitos  columbófilos),  acho  que  a  melhor  maneira  de
perpetuar  ou  melhorar  a  "raça"
será  acasalar  avô/ó  com  neto/a.
A  isto  chama-se
SELEÇÃO e não CRUZAMENTO como vulgarmente apelidamos.
Uma  das  coisas  que  "acho"  que  também  tem  influência  nos  resultados  obtidos  é
considerar como limite máximo 15 anos (soma das anilhas dos progenitores).
A  consangüinidade  reforça  os  caracteres  adquiridos  pela  hereditariedade  e  presta
grandes serviços na criação de animais, desde que na escolha dos reprodutores, como
é óbvio, se ponham  de parte os defeituosos ou que sofram de qualquer doença.
No  entanto  a  consangüinidade,  quando  muito  continuada,  origina  degenerescências,
razão  porque,  periodicamente,  se  impõe  a  sua  interrupção,  fazendo-se  o  que
vulgarmente  e  erroneamente  chamamos  "cruzamento",  com   um/uma  novo(a)
reprodutor(a), mas de família diferente.
A CONSANGÜINIDADE NOS POMBOS
No  sentido  genético  da  palavra,  a  consangüinidade  expressa  simplesm ente  um
parentesco  mais  ou  menos próximo  em  um ou  em  vários indivíduos  e  se  dirá  que são
mais  ou  menos  consangüíneos  quanto  m ais  próximos  estiver  o  grau  de  parentesco.
Consiste  fundam entalm ente  em  cruzar  durante  certo  número  de  gerações  sucessivas,
irmãos com irmãs, pais com filhas, mães com  filhos.
A  consangüinidade  se  encontra  na  base  da  criação  e  na  melhora  de  todas  as  raças
animais. Examinemos todas as vantagens e os inconvenientes que daí podem vir. Sabe-
se  que todos os caracteres  morfológicos (cores, forma etc)  ou fisiológicos  (prolificidade
atitude, etc) são governados por GENE S ou unidades hereditárias, localizadas sobre os
cromossomas; cada carácter pode ser regido por um ou vários GENES. Por exemplo, a


cor do pombo cinzento prateado é devida à conjunção de vários GENES. Cada célula, à
exceção  das células  sexuais  (óvulo ou  espermatozóide),  é  portadora  de  cromossomas
iguais, e faz com que cada GENE exista a dobrar em todas as células, salvo nas fêmeas
dos  pássaros  em que  os  cromossomas sexuais de estas fêmeas unicamente  possuem
um só cromossoma sexual em lugar de dois com o é o caso dos machos.
Assim os GENES condicionam um carácter dado que ocupam sempre a mesma posição
sobre o  cromossoma, mas  sua  natureza ou expressão pode  ser  diferentes consoantes
estes GENES sejam DOMINANTES ou RECESSIVOS .
Se  os  GENES  são  Dominantes  será  atribuída uma  letra  simbólica  maiúscula se  forem
recessivos  é  atribuída  uma  letra  minúscula,  o  termo  recessivo  significa  dominado  por
outro  ou  que  se  deixa  dominar.  Um  exemplo  sim ples perm itirá  compreender  melhor:  A
maioria de criadores conhecem  os pombos (monhudos) são aqueles que ostentam umas
penas maiores e arrebitadas na  parte de trás da cabeça que parece  dar um certo  ar de
graça ao animal, pois  sim esse carácter  é governado  por um  só  GENE ; assim esse  é
um carácter (monofactorial).
Os Americanos foram os primeiros a estudar os problemas hereditários, atribuíram-lhe o
nome  de  "  CREST  "  (Tradução  inglesa  da  palavra  mono  (Sem  par  sozinho),
demonstraram  que este  fato  está  ligado  à  presença  de  um  único GENE recessivo  que
simbolizaram por: " cr " .
Todos  os  pombos  monhudos  têm  dois  exemplares  de  esse  GENE  "  cr  "  esse  GENE
recessivo tem um correspondente Dominante, que é o " Cr ",
que  significa  simplesmente  ausência  de  mono  ,  que  se  existisse  sobre  um  dos
cromossomas , em lugar de um " cr " seria dominante e impediria a expressão do outro "
cr " e ao mesmo tempo do mono.
Assim sendo podemos dizer que nosso pombo monhudo tem uma formula genética ( cr-
cr ) ao contrário se compreende em seguida um pombo de aspecto normal sem monho
pode ter duas formulas genéticas tais como : " Cr-Cr " é Homozigota dominante, se " Cr-
cr " é heterozigota.
HETEROZIGOTA
:  Significa  que  os  GENES  mantêm  o  m esmo  carácter  m as  são
diferentes.
HOMOZIGOTO
:  Os  GENES  mantêm  o  mesmo  carácter  e  são  idênticos.  Portanto  os
pombos monhudos têm a seguinte formula " cr-cr " m as à outros pombos com a mesma
formula genética e que não apresentam este sinal.
Depois  de  esta  breve  introdução  é  possível  com preender  melhor  que  outros  pombos
podem  ser  portadores  da  mesma  formula  genética  sem  que  manifestem  (os
heterocigotos  recessivos)  em  particular  por  vezes  manifestam-se  por  provocarem
anomalias  morfológicas  ou  fisiológicas,  acarretando  a  morte  ao  embrião  num  tempo
bastante  curto,  esses  caracteres  são  chamados  letales  se  o  embrião  morre  antes  de
nascer, ou
subletales se a cria sobrevive vários dias.


Se por azar pois nada pode prever antes e se no caso de um  ou vários sujeitos de uma
raça  possuem  esses  caracteres  letales,  é  fácil  entender  que  podem   transmiti-los  aos
seus descendentes filhos e filhas.
Se  mais  tarde  se  cruzarem  juntos  esses  descendentes,  está  claro  sem  que  seja
necessário  de  explicar  as  leis  da  genética  que  de  tempo  em   tempo  pode  no
acasalamento  haver  a  combinação  de  dois  GENES  recessivos  letales,  e  que
determinam a morte do embrião.
Quanto  mais se prolongue a  filiação dos indivíduos  portadores, quer  dizer  quanto mais
descendentes  haja  mais  se  multiplicarão  as  possibilidades  de  perigo  de  esses
acasalamentos mortais, entre o acasalamento de filhos e netos.
Sabendo que  a  consangüinidade consiste em  recruzar entre  estes indivíduos  parentes,
com o passar dos tempos e ao longo de algumas gerações, é evidente que ela pode dar
lugar  a  uma  grande  porção  de  mortalidades  embriatórias,  de  anomalias  ou
monstruosidades,  sendo  tam bém  ás  vezes  governadas  por  GENES  recessivos.  Isto  à
mera  condição  patente  de  que  esses  factores  letales  ou  generadores  de  anomalias
estejam presentes nos dois indivíduos da base inicial.
Conclusão:  Estas  são  as  desvantagens  que  podemos  apontar  pois  ao  fim  algumas
gerações podemos ter o cruzamento de pombos (heterozigotos recessivos ( Cr-cr )  ) que
são  portadores  de  uma  má  defesa  do  embrião  causando  a  sua  morte  ou  causando
anomalias graves nos filhos, m as por
vezes  isto  só  é  detectado  ao  longo  de  algumas  gerações,  não  há  nada  que  o  possa
prever antes , excluindo o pombo de crista que falamos anteriormente.
Vantagens  são  também   várias,  podemos  pela  consangüinidade  manter  as
características  dos pais  quer a  respeito  da  cor, linha, forma,  capacidade  etc.  Chega-se
por  este  meio  mais  depressa  ao  nosso  objetivo  de  uma  boa  colônia  do  que  por  outro
meio  qualquer,  claro  corremos  sempre  o  risco  de  inicio  tudo  correr  bem  e  com  o
acasalamento sucessivo de pais e filhos virmos mais tarde a ter uma catástrofe no nosso
pombal.
Utilidade e utilização da consangüinidade na criação
Muito elogiado por alguns que declaram ser esse método excelente se as linhagens são
de boa  qualidade, por  vezes ele é execrado por  outros experts. Os  criadores foram por
muito  tempo  geralmente  hostis  ao  m étodo  da  consangüinidade,  muitas  vezes  com
veemência,  apesar  de  que  muitas  raças  de  animais  foram  desenvolvidas  inteiramente
desta forma.
A consangüinidade é um método de reprodução no qual são associados reprodutores de
uma  mesma  família,  aparentados  por  graus  mais  ou  menos  próximos.  Efetivamente,
segundo uma  codificação precisa, há tantos graus de parentesco de gerações  em linha
direta quanto em linha colateral, remontando ao mesm o ancestral.
Assim, entre  um  pai e seu filho  há um parentesco dito de  1º grau. Da  mesma forma, o
parentesco dito de 2º grau entre um avô e seu neto, mas também entre um irmão e sua
irmã.


O  parentesco  será  de  4º  grau  entre  primos-irmãos.  A  consangüinidade  será,  portanto
decrescente na ordem seguinte: irmão x irmã, meio-irmão x irmã, sobrinho x tia.
A  partir  daí,  a  consangüinidade  colateral  é  utilizada  freqüentemente  com  muito  bons
resultados, sob a condição de que os exemplares utilizados sejam "de elite". Ela permite
realmente um alto grau de uniformidade no tipo e em algumas outras características.
Através  da consangüinidade,  pode-se concentrar nos indivíduos reproduzidos os genes
de um ancestral que já tenha sido utilizado muitas vezes naquela linhagem.
A  consangüinidade,  também,  tende  a  separar  em  famílias  distintas,  cada  uma
remontando  a  um  determinado  ancestral,  do  qual  se  tenha  desejado  fixar  as
características.
Entre  essas  famílias  é  impossível  praticar  uma  seleção  familiar.  A  consangüinidade
linear  aumenta  notavelmente  a  homozigose  e  o  "poder  raçador".  Nós  retornaremos
posteriormente a estes dois pontos.
As aplicações práticas da  consangüinidade linear são  interessantes para se considerar.
É  evidente  que  se  um  certo  macho  produziu,  com  fêmeas  diferentes,  filhotes  de
qualidade  superior  à  de  suas  mães,  não  se  deve  hesitar  em  utilizar  o  poder  raçador
deste reprodutor e fixar suas características.
Deve-se,  portanto,  aumentar  a  relação  de  parentesco  entre  seus  descendentes  e  ele
mesmo por utilização de consangüinidade em linha direta. Se o reprodutor tiver m orrido,
poderá ser utilizado indiretamente através de seus descendentes: nesse caso, sempre é
importante  aplicar  rapidamente  o  método  de  consangüinidade  em  linha  antes  que  a
relação  de  parentesco  entre  os  ditos  descendentes  daquele  reprodutor  torne-se  mais
baixa.  Será  mesmo  conveniente  recorrer  à  consangüinidade  colateral  entre  primos-
irmão.
Uma  outra aplicação da consangüinidade linear é o estabelecimento de  uma  linhagem,
problema que pode se apresentar a alguém  que começar uma criação.
Para estabelecer a linhagem, é necessário inicialmente adquirir exem plares de excelente
qualidade, em perfeitas condições de saúde e plenamente de acordo com os padrões da
raça.
As  fêmeas  deverão  ser  acasaladas  com  um  único  macho,  originando  da  mesma
linhagem  que elas,  descendente  portanto de  um  mesmo reprodutor.Esses cruzamentos
permitirão a obtenção de filhotes dentre os quais se poderão selecionar os melhores.
Nos  casos  em  que  esse  procedimento  não  seja  possível,  poderíamos  partir  de  uma
única  fêmea  como  base.  Ela  deverá  ser  acasalada  inicialmente  com  um  excelente
macho  de  uma  linha de  sangue  diferente  e  depois com  outro macho  igualmente  bom,
mas com algum grau de parentesco com aquele utilizado da primeira vez.
Deveremos  selecionar  os  melhores  filhotes  dessas  duas  ninhadas,  que  na  temporada
seguinte  serão  acasalados  entre  si  e  produzirão  filhotes  de  qualidade  homogênea,
teoricamente muito boa.


Se  após algum tempo de utilização de consangüinidade  em  linha aparecerem sinais de
que ela tornou-se  muito  estreita  na  linhagem  (os  sinais de  alarme  mais  comuns  são  o
aparecimento  de  indivíduos  instáveis,  doentes  e  também  a  diminuição  da  vitalidade
reprodutora  dos  jovens  exemplares  produzidos),  poderá  ser  necessário  introduzir
"sangue" novo. É o chamado "outbreeding". A  melhor maneira de fazê-lo sem danificar o
trabalho  anteriormente  desenvolvido será  procurar  um  reprodutor  com  50%  de  sangue
diferente.
Na  prática,  deveremos  reintroduzir  na  linhagem  um  macho  que  seja  filho  de  um
reprodutor da linhagem desenvolvida por consangüinidade com uma fêm ea de linhagem
totalmente  diferente.  A  consangüinidade  que  tende  a  aumentar  o  número  de  produtos
homozigotos faz também aparecer todas as taras e todas as características defeituosas
que por ventura existam  na linhagem no estado recessivo.
Assim,  quando  essas  características  aparecem  deve-se  proceder  a  uma  seleção
implacável  e  guardar  para  reprodução  apenas  os  indivíduos  que  tenham  produzido  os
filhotes  mais  saudáveis,  melhor  constituídos,  os  mais  próximos  do  padrão.As
possibilidades  de  se  alcançar  o  progresso  almejado  são  maiores  quando  se  utilizam
para a  reprodução em  consangüinidade exem plares  escolhidos segundo  a  observação
do genótipo de seus descendentes, pois só assim teremos certeza de que eles possuem
os genes desejados.
A  porcentagem  de  indivíduos  homozigotos  aumenta  dentro  de  uma  determinada
população  com  os  acasalamentos  consangüíneos  (lei  de  Hardy)  na  mesma  proporção
em  que  aumentam  as  chances  da  transmissão  de  um  determinado  caractere  dos
genitores ancestrais, macho ou fêmea.
Por  uma  estreita  consangüinidade  a  probabilidade  de  obtenção  de  indivíduos
heterozigotos diminui sensivelmente: eles tendem a desaparecer devido à utilização dos
acasalamentos consangüíneos, pois  só  os  indivíduos subsistem enquanto  se aproxima
mais a homogeneidade da população.
É evidente que a consangüinidade estreita, mais ou menos incestuosa, como a indicada
nos  exemplos  anteriormente  citados  é  a  chamada  "in  and  in"  dos  anglo-saxões,
consistindo em acasalam entos entre pai e filha, filho e mãe, irmão e irmã.
O  risco  de  aparecimento  de  taras  recessivas  é  evidente  o  mesmo  do  surgimento  das
características  desejadas,  e  é isso que  justifica  o aforim o  de  lush:  "A  consangüinidade
não  é  crime,  ela  descobre  o  crime".  As  taras,  os  defeitos  e  as  qualidades  são
condicionados por genes que, por vezes recessivos, aparecem graças à homozigose, já
que estavam mascarados anteriormente pela heterozigose dos genitores ancestrais
Utilidade e utilização da consangüinidade na criação II
Uma consangüinidade distante consiste no m anejo de indivíduos pouco aparentados. O
"inbreeding"  ou  cruzamento  entre  parentes  é  a  aliança  de  dois  indivíduos  que  estão
separados por três a  quatro degraus de parentesco. O "line  breeding"  é  aquele em que
os exemplares acasalados estão separados por quatro ou cinco degraus de parentesco.
Então, quando se fala de consangüinidade distante, significa que mais de cinco degraus
de parentesco separam os reprodutores acasalados.


Os resultados da  consangüinidade  são sempre rápidos, contrariamente  aos obtidos por
simples  seleção.  A  rapidez  é  mesmo  chocante  quando  se  trata  de  cruzam entos  de
"inbreeding" repetidos.
A  utilização  da  consangüinidade  gera  controvérsias  há  muito  tempo,  e  o  problem a  é
pouco esclarecido devido à parcialidade dos criadores e à inexatidão dos ensinamentos
tirados  de  experimentos  e  ensaios  práticos.  A  utilização  prática  da  consangüinidade
exige  certas  precauções,  resultantes  da  estrita  observação  de  regras  bem   codificadas
pelo Dr. Roplet, que serão apresentadas nas linhas a seguir:
- Regra 1:
A  consangüinidade  que  tende  à  homozigose  produz  a  pureza,  mas  somente  para  a
qualidade considerada pelo criador.  Isso quer dizer  que se  os  caracteres que  o criador
deseja  melhorar  beneficiam-se  efetivam ente  desse  método,  outros  caracteres  não
considerados  irão  degenerar-se.  Isso  pode  acontecer  por  negligência,  por  escolha  ou
por  impossibilidade  material  (números  de  casais  utilizados)  de  eliminar  os  pássaros
recessivos para esses caracteres secundários.
Portanto,  deve-se  absolutamente  evitar  o  abandono  provisório  da  melhoria  de  certos
caracteres  considerados  como  secundários  e  também   a  concentração  de  espécies  de
esforços  unicamente  na  melhoria  das  qualidades  primordiais,  contando  reverter
posteriormente  a  situação,  para  então  voltar  a  trabalhar  aquilo  que  se  tenha
momentaneamente desconsiderado.
Efetivamente, se uma determinada característica é negligenciada, os  indivíduos criados
não  mais  a  portarão,  por  resultado  da  homozigose  (lei  de  Hardy)  e  não  será  mais
possível  reintroduzi-la,  exceto  pela  infusão  de  "sangue  novo"  que,  invariavelmente,
provocará a destruição de todo o trabalho já realizado.
Há  evidentemente  necessidade  de  considerar-se  numerosas  características,  uma  vez
que ocupando-se unicamente  de trabalhar as  qualidades de tipo (melanina), podem ser
pioradas outras características (forma, lipocromo, etc...).
- Regra 2:
Os efeitos nocivos da consangüinidade podem  ser decorrentes da heterozigose, sempre
devido  a  cruzamentos  em  "outbreeding"  nas  gerações  anteriores.  Paradoxalmente,  a
consangüinidade aumenta nesse caso a variabilidade e a freqüência do aparecimento de
características  indesejáveis,  mas  o  grande  erro  seria  voltar  aos  acasalamentos  com
outros  indivíduos  portadores  de  uma  variabilidade  de  caracteres ainda  maior.  O  único
remédio consiste na continuação de uma consangüinidade estreita com seleção rigorosa
dos  recessivos  e  sua  eliminação  da  reprodução.  Na  prática,  a  aplicação  da
consangüinidade  em  cruzamentos  com  linhagens  estranhas  (outbreeding)  produz
indivíduos com características indesejáveis. Portanto, a única solução é continuar a usar
a consangüinidade . Pode-se concluir daí que a consangüinidade é muito m ais vantajosa
e  benéfica  em curto  tempo  se praticada com exemplares  já relativamente  aparentados
ao invés de uma população com linhagens diversas. P odemos inferir que o criador terá o


maior interesse em  testar a  descendência para  evitar  a  heterozigose.  O resultado será
uma produção de  grande homogeneidade, com alta porcentagem  de  indivíduos  de  boa
qualidade.  Esses  indivíduos  serão  quase  idênticos  e  formarão  facilmente  quartetos  de
muita harmonia.
- Regra 3:
Não  se  deve  jamais  utilizar  reprodutores  inferiores  ao  ideal  desejado  pelo  criador.  A
consangüinidade  não  traz  bons  resultados  quando  a  freqüência  genética  de  uma
característica  desejada  é  baixa.  É  claro  que  o  criador  busca  fixar  essa  característica
favorável. Ele deve  , portanto, fazer  acasalamentos entre famílias  aparentadas, até que
produzam  um  núm ero  suficiente  de  indivíduos  excelentes  para,  só  então,  começar  a
utilizar  a  consangüinidade  planejada.  O  número  de  indivíduos  excelentes  deverá  ser
grande,  porque  sempre  haverá muitos  exemplares de  fenótipo inferior  para se eliminar.
Durante  as  quatro  ou  cinco  primeiras  gerações,  deve-se  acompanhar  cuidadosamente
não  a  qualidade  particular  de  um  único  indivíduo,  mas  sim  a  qualidade  dos  melhores
exemplares, que serão os únicos utilizados como reprodutores.
- Regra 4:
Não se  deve  nunca  utilizar exemplares defeituosos (homozigotos  recessivos para uma
determinada  característica indesejável),  uma vez que o acasalamento de dois pássaros
defeituosos  produzirá  com  certeza  apenas  indivíduos  defeituosos,  e  não  se  poderá
jamais voltar à dominância heterozigótica sem "outbreeding". Por outro lado, a obtenção
de  uma  característica  dominante  homozigota  dispensa  a  seleção  posterior  de  tal
característica.
- Regra 5:
É desejável  que os  criadores  trabalhem  em  estreito acordo,  em parceria mesmo,  cada
um  selecionando  linhagens  diferentes  mais  de  características  igualmente  boas.  O
desenvolvimento simultâneo de várias linhagens é efetiva  garantia contra a involuntária
mas  inevitável  perda  de  genes  resultante  da  consangüinidade.  Poder  introduzir  um
macho  ou  fêmea  de  excelente  qualidade  nessas  diferentes  linhagens  permitirá  a
superação  de  eventuais  problemas,  assim  como  evitará  chegar-se  a  um  impasse
definitivo.  Por  outro  lado,  coisa  muito  comum  na  criação,  a  data  de  separação  de
diversas linhagens não é nunca muito antiga, e facilmente podemos perceber que muitos
exemplares  em  nossas  criações  têm  ancestrais  comuns,  provenientes  de  um  criador
líder  na  época  da  aquisição  do  plantel.  Desta  forma,  se  o  criador  não  praticou
continuadamente  o  "outbreeding",  a  impureza  resultante  dos  acasalamentos  de
exemplares de diferentes linhagens não será jamais m uito grande ou m uito grave, assim
como  os  cruzamentos  com  pássaros  estranhos  não  produzirão  perturbações  muito
importantes.
Utiliza-se,  portanto,  a  consangüinidade  quando  se  deseja  produzir  exem plares  muito
próximos  daqueles  que  admiramos.  Desta  forma,  aumenta-se  o  coeficiente  de
parentesco  que  naturalmente  seria  reduzido  à  metade  a  cada  geração,  se  não
utilizarmos  a consangüinidade. Além disso, a  consangüinidade  apresenta  uma  enorme
vantagem  que  justamente  vem sendo  desconsiderada  pelos  criadores  há  muito  tempo:
ela  ajuda  na  seleção  de  genes  desfavoráveis,  ao  fazer  aparecerem  indivíduos


portadores dessas características. Essa concentração de características indesejáveis em
determinados  indivíduos  facilita  a  sua  eliminação:  basta  retirar  da  reprodução  esses
exemplares. O ideal seria que um filhote de cada ninhada acumulasse todos os defeitos.
A consangüinidade permite igualmente a form ação de famílias distintas, oferecendo-nos
assim  a  possibilidade  de  uma  seleção  mais  severa  que  aquela  feita  entre  indivíduos
quaisquer,  sobretudo  quando  consideramos  as  características  de difícil  transmissão.  A
consangüinidade permite, enfim, testar o valor hereditário de um macho "raçador".
O  teste  da  consangüinidade  incestuosa  serve  como  prova  e  constitui  o  teste  mais
rigoroso do valor hereditário de um macho. Esse é o maior mérito do método, permitir a
criação de indivíduos fortemente homozigotos, qualificados com o "raçadores".
O  poder raçador  de  um  reprodutor  á  a  capacidade  de  imprimir em  seus  descendentes
características  tais  que  os  façam  parecer-se  com  seus  pais  e  entre  si,  mais  que  o
normal.
Utilidade e utilização da consangüinidade na criação III
Em zootecnia, é comum designar-se pelo termo "hereditariedade unilateral" o fato de um
produto parecer-se unicamente com um de seus pais. Apenas um dos seus ascendentes
transmitiu  as  características visíveis.  Tudo  se  passa  com o  se  esse  ascendente  agisse
sozinho,como se o produto fosse fruto unicamente de seus genes, quase um clone. Um
reprodutor  que  possua  essa  qualidade  é  evidentemente  um  excelente  "raçador",
possuindo  a  capacidade  de  transm itir  suas  características  a  toda  sua  descendência,
sendo  chamado  por  isso  de  um  "marcador  de  linhagem".  Em  contrapartida,  alguns
exemplares que  brilham  nos  concursos,  apesar  de  belos, não  passam  de  reprodutores
medíocres. A  qualidade de "raçador", como bem  define  o Prof.  Jean Blain,  não é outra
coisa senão  a  posse, por  um  reprodutor,  de  caracteres  dominantes que  se transmitem
na  primeira  geração.  É  capacidade  à  qual  se  deve  saber  atribuir  limitações  e  que  a
simples  seleção  não  perm ite  manter.  Se  a  consangüinidade  não  for  utilizada,  não  há
qualquer  razão,  segundo  o  Prof.  Blain,  para  que  as  características  dominantes
continuem  a  aparecer  na  totalidade  dos  sujeitos  da  segunda  geração.  Se  as  boas
características  de  um  raçador  persistem  após  várias  gerações  pode-se  dizer  que  os
sujeitos portadores de caracteres recessivos não considerados foram eliminados.
Como  nós  vimos,  é  melhor  usar  a  consangüinidade  estreita  a  partir  de  um  bom
reprodutor que a consangüinidade distante a partir de um reprodutor médio.
Na prática, não existem reprodutores que  transmitam  apenas suas características, mas
há reprodutores que possuem características que se impõem. Reportando-nos às leis de
Mendel,  o  abecedário  da  criação,  é  fácil  constatar  que  um  reprodutor  que  possua
caracteres  dominantes  em  dose  dupla  (homozigose)  os  transmitirá  obrigatoriamente  à
sua  descendência, ao passo  que um reprodutor que  possua  esses  mesmos  caracteres
em  dose  simples  (heterozigose)  os  transmitirá  a  apenas  50%  de  seus  descendentes.
Basta  que o número de filhotes seja pequeno, para que o acaso faça com que nenhum
deles se pareça com  seu pai heterozigoto.
De  tudo  que  foi  visto  até  aqui,  podemos  afirmar  que  as  diversas  causas  do  poder
"raçador" de um indivíduo são:


- a hom ozigose - se o reprodutor for homozigoto, ele produzirá apenas os genes que nós
selecionamos.  Portanto,  o  poder  "raçador"  é  diretamente  proporcional  ao  número  de
genes desejáveis para os quais o pássaro é homozigoto.
- a dominância - um descendente que receba um gen dominante exteriorizará apenas o
efeito desse gen. Portanto, o valor reprodutor será m áximo se todos os genes desejáveis
forem dominantes, e em estado de homozigose.
-  a  epistasia  -  fenôm eno  pelo  qual  um  determinado  caractere  depende  de  uma
combinação  de  vários  genes  que  individualmente  produziriam  um  efeito  nulo  ou
defeituoso.  Normalmente,  essa  combinação  epistática  tende  a  rarear  a  cada  nova
geração,  e  portanto  a  consangüinidade  linear  perm ite  aumentar  sua  probabilidade  de
acontecer.
O valor do poder "raçador" de um indivíduo é função dos acasalamentos praticados. Os
defeitos  são  freqüentemente  devidos  a  genes  recessivos,  e  um  reprodutor  "raçador"
pode  possuí-los  em  heterozigose.  Em  caso  de  acasalamento  com  um  outro  exemplar
qualquer,  aparentemente  não  defeituoso,  mas  igualmente  heterozigoto  para  o  defeito
considerado, esse  defeito poderá manifestar-se como  em qualquer outro acasalamento
entre pássaros heterozigotos. Enfim, o poder "raçador" é transmissível apenas naquelas
características concernentes à dominância.
A homozigose de um macho reprodutor não se repetirá em  seus filhos, a não ser que as
fêmeas com as quais  for acasalado  também sejam homozigotas para  as características
desejadas.  Conclui-se  que  um  alto  grau  de  homozigose  só  pode  ser  obtido  após
numerosas  gerações  sucessivas,  e  pode  ser  facilmente  destruído  por  um  único
cruzamento em "outbreeding".
Vemos,  portanto, que  na  criação  deve-se  buscar um  equilíbrio entre  as  características
procuradas e as indesejáveis. este equilíbrio depende da habilidade do criador e de seus
conhecimentos,  mas  depende  também  do  seu  "capital  inicial"  e  em  particular  da
abundância de genes indesejáveis.
Em  fim,  o  criador  deve  preservar  esse  equilíbrio  reservando-se  o  direito  de  recorrer  a
outras  linhagens  consangüíneas,  para  corrigir  eventuais  problemas  e  para  reintroduzir
genes  favoráveis  perdidos  em  sua  própria  linhagem,  devido  a  erros  de  manejo  ou  a
situações  imprevistas.  É  conveniente  lembrar  que  fundar  uma  linhagem  é  praticar  a
consangüinidade  "in"  e  "in".  Perpetuar  uma  linhagem,  fixar  um  novo  caractere  ou
melhorar  uma  raça  decorrem  da  prática  de  uma  consangüinidade  mais  ou  menos
estreita, que não se deve hesitar em usar.
O coeficiente de consangüinidade a partir do qual começa o perigo é função do objetivo,
da  exatidão  dos  testes,  da  abundância  dos  genes  indesejáveis,  da  porcentagem  de
eliminação  possível,  da  velocidade  de  reprodução  e  das  habilidades  do  criador.  A
consangüinidade  ajuda na  seleção contra os genes desfavoráveis ao fazê-los aparecer,
e ao permitir a eliminação dos exemplares que os possuam .
Se  o  número  de  genes  recessivos  é  muito  grande,  a  consangüinidade  revelar-se-á
impossível  e  a  seleção  não  poderá  ser  levada  a  seu  termo,  uma  vez  que  não  será
possível alcançar o objetivo desejado. O criador de animais, qualquer que seja a espécie


ou  raça,  deve  convencer-se  de  que  não  há  seleção  possível  ou  válida  sem
consangüinidade,  assim  com o  não  há  consangüinidade  benéfica  sem  seleção.  A
produção é uma arte sutil que exige competência e habilidade, paciência e dinamismo, e
também  um  permanente  questionamento.  Finalmente, é de uma judiciosa  utilização da
seleção,  da  consangüinidade  e  do  "outbreeding"  que  depende  o  desenvolvimento  de
cada raça de  pássaros  que criamos, fazendo-nos incansáveis  pesquisadores/criadores,
permitindo a nós, humanos que somos, reencontrarmo-nos e desenvolverm os calorosas
relações de amizade.
autor: Stéphane Vansteelant
fonte: revista Brasil Ornitológico
TEORIA DOS 75%
Selecione  dois  filhos  do  casal  ( A  +  B)  macho  e  fêmea  os  quais  passo  a
cruzamentos
designar como E + F e faço  dois
com dois descendentes de
outro  casal  do  mesmo  nível,  de  família  (sangue)  diferente,  mas  que  podem
ser da mesma linhagem (exemplo Janssen)
quatro  primos
O  resultado  é  termos
.  Os  quatro  primos  são  acasalados
entre si, e se tudo correr bem, temos mais quatro exemplares que passam
a ser netos da referência E + F.
Destes  quatro,  dois  vãos  para  o  pombal  voador  ou  cedo  -  os  aos  nossos
outros dois
clientes. Os
os que contêm a linha  do  casal que pretendemos
avô e com a
iniciar,
segundo a teoria dos 75% são acasalados com o
avó
,  ou  seja,  com  E  +  F.  QUE  ASSIM  VÃO   CONTINUAR  JUNTOS  A
REPRODUZIR  PARA  O RESTO DAS SUAS VIDAS. PODEMOS REPETIR TODO O
PROCESSO COM OUTROS IRMÃOS DE E + F.
Os  descendentes  destes  dois  casais,  ou  no  mínimo  de  um  deles  são
normalmente  voadores  de  qualidade  igual  ou  mesmo  superior  aos
campeões A + B.





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