Devemos ser bons e pacientes para com os pombos,mas severos ao
mesmo tempo! "Uma mão de ferro numa luva de veludo". Para além
disso, a seleção não pode começar muito tarde. Quando os nossos pombos não
conseguem bons resultados, é importante não demorar muito em encontrar o
verdadeiro motivo dessa situação. Há duas possibilidades... ou os pombos não
são de boa qualidade ou não estão em boas condições físicas ou de forma.
Raramente essas duas causas aparecem em simultâneo, porque, nos dias de hoje,
os pombos de boa qualidade estão largamente espalhados por todo o lado, e
acredito firmemente que haverá poucos columbófilos que apenas possuem pombos de
fraca qualidade. Na Holanda e
Bélgica, normalmente a competição faz-se na razão de um prêmio para cada quatro
encestados. Isto quer dizer que em 1000 pombos numa prova haverá 250 prêmios.
Quando um columbófilo encesta 16 pombos pelo menos espera ganhar quatro
prêmios. Não é bom nem mau. Quando ganha oito prêmios (50% dos encestados) isto
é considerado como bom. Os (verdadeiros campeões?!), contudo, não ficam
satisfeitos com este tipo de performances. 50% ainda não somos bons para eles.
Temos a seguinte situação: Se um campeão encesta 16 pombos para um concurso e
se ganha oito prêmios não é bom para ele! Se um fraco concorrente encesta
também 16 pombos e se ganha oito prêmios, é uma grande proeza, já que quatro
prêmios já seriam bons para ele! Se um outro encesta também 16 pombos e não
ganha nenhum prêmio nos primeiros 25% do encestamento total, onde estará o mal?
Parece mesmo um contra-senso. Haverá ainda quem tenha maus pombos? Acho que a
falta de qualidade não poderá ser a razão. Esse Columbófilo deve ter um
problema e deve visitar um veterinário. Os seus pombos devem estar doentes e
não será pouco.
A Grande falha
Fraca qualidade ou saúde deficiente? É este o grande dilema
de muitos columbófilos que não conseguem triunfar na Columbófilia. No que diz
respeito à qualidade dos pombos, já por diversas vezes escrevi e disse que
ninguém no mundo pode ter a certeza quanto à boa qualidade de um pombo! Não se
pode ver isso nos olhos e nem mesmo os mais valiosos sangues e melhores raças
fazem, necessariamente, de um pombo, uma ave de qualidade. Não podemos também
explicar o contrário. Se não podemos dizer que determinado pombo é ou será bom,
também não podemos dizer se determinado pombo é ou será mau. Alguns, no
entanto, podem ter tão má plumagem, ou uma tal estrutura óssea que, definitivamente,
não podem ser bons. Se um columbófilo consegue ver se um pombo está mal, isto
já é alguma coisa. Não será "apenas" alguma coisa! Penso que isto
será a chave do êxito de muitos columbófilos. Sabem quais são os pombos que têm
de ser eliminados! "Uma boa seleção"!, dizem muitos campeões, "é
o meu segredo". Toda a gente comete erros quando começa a seleciona
pombos, mas uma quarta parte dos campeões, digamos, comete menos erros do que
os outros. No que diz respeito a uma única coisa – a saúde – nunca cometem
erros. É quando a saúde, a saúde natural, é à base do critério da sua seleção.
O columbófilo que se liberta das aves que não estão em boa condição durante os
365 dias do ano, raramente cometerá desses erros. Quando um columbófilo possui,
digamos, 40 pombos e 38 gozam de boa saúde, não há razão para que os outros
dois estejam doentes. Libertem-se deles! Certamente que não quererão tratar os
40 pombos para curar os outros dois. Quando dois estudantes de uma determinada
turma têm uma dor de cabeça, certamente que o professor não dará aspirina a
todos os restantes alunos!
O Segredo
No desporto columbófilo muitos caminhos podem levar-nos ao
êxito. Mas existe uma coisa que os campeões têm em comum. Não têm pena
das aves que não se mantêm em permanente boa saúde ou que, constantemente,
necessitam de medicamentos para se manterem em boa forma física. Aqueles que
exageram na aplicação de medicamentos, com certeza não possuem pombos doentes,
mas simplesmente insiste nessa área talvez para conseguir dessas aves a
"super forma"! A sua saúde não é natural, é artificial. Isto também é
importante quando decidimos introduzir pombos na nossa colônia. Fujam dos
columbófilos que utilizam muitas drogas nos seus pombos. Será melhor comprar
pombos a columbófilos que não conheçam, nem utilizem muitos medicamentos.
Nessas colônias encontraremos aves fortes com muito mais resistência natural às
viroses, às bactérias e aos perigos que os esperam fora do pombal, por exemplo,
nas caixas de transporte a caminho do local de solta para um concurso. Muitos
columbófilos perguntam: "Que posso dar aos pombos para torná-los mais
saudáveis?" É uma falsa questão. A pergunta deveria ser: "Que posso
fazer para obter pombos resistentes, fortes por natureza, pombos com uma boa imunidade
que não necessitem permanentemente de medicamentos?". Efetivamente, a
seleção deve começar a fazer-se quando o pombo ainda está no ovo!
Erros
No que concerne à seleção, cometem-se os seguintes
erros: Há muita gente que começa a pensar desde muito cedo que determinado
pombo será muito bom. O mesmo pombo, para ser um campeão, poderá ser
considerado apenas como um pombo de média qualidade, e pode seguir para o
pombal dos reprodutores se estiver na colônia de um columbófilo de média
categoria. Outros conservam pombos como reprodutores, onde não devem ter lugar.
Por exemplo, pombos com idade de quatro anos que nunca reproduziram um bom
voador. Esse tipo de pombos está lá devido à sua origem ou porque o seu preço
foi elevado. No que respeita aos pombos de competição, é a mesma história. Um
pombo de dois anos raramente faz melhor o seu trabalho quando se vai tornando
mais velho. è por isso que a idade de dois anos, o pombo deve mostrar todas as
suas qualidades, caso contrário terá de analizar-se a situação e dar-lhe o caminho
mais conveniente. É por essa razão que os maiores campeões da Europa viajam com
tantos pombos do ano.
Pombos Jovens
A competição era muito diferente há algumas décadas atrás.
Analisam-se as folhas das classificações da Bélgica e Holanda e as compararmos
com as destes últimos anos, verificamos as deferes de idade dos vencedores e
primeiros lugares dos concursos. Agora aparecem com mais freqüência no topo das
classificações, pombos de um ou dois anos de idade. Só para concursos com dois
dias de viagem será diferente. No passado, um pombo que estivesse doente,
perdia-se. Simplesmente, não havia medicamentos adequados e, normalmente, pouco
se utilizavam. Depois começaram a utilizarem-se os tratamentos para tudo
e podemos dizer que, uma quarta parte dos columbófilos, já tem problemas
de todas as espécies no seu pombal. A medicação contínua durante anos torna os
pombos mais fracos. Muitos columbófilos ainda não compreenderam que a medicina
desenvolveu-se muito na questão da cura das doenças. Procuravam refúgio na
medicina quando os resultados eram fracos porque suspeitavam que os campeões
para serem bons tivessem de estar medicados. É um conceito errado. Os
medicamentos não fazem boas colônias. Uma dura seleção baseada nos bons
resultados, na saúde natural e na imunidade, faz realmente uma boa e duradoura
colônia.
Pombos mais
novos
No passado, muitos campeões da Europa separavam os filhotes
dos pais quando tinham quatro semanas de idade. Nos dias de hoje, já o fazem
com três semanas de idade. Fazem-no por várias razões: Alimentar os filhotes
deve cansar demasiado os pais, especialmente quando já têm uma idade avançada.
Separa-los dos pais mais cedo os tornam mais óceis. Poucos pombos ficam
marcados por este modo de atuar e, é o columbófilo o responsável por não ter
bons contactos com as aves. Agarra-as com muita força. Não esperam que tais
pombos percam toda a confiança no tratador? Como se pode esperar que tais
pombos entrem rápido no regresso de um concurso quando vêm quem os trata dessa
maneira? Acreditem ou não, tais aves só entram quando o tratador se esconder.
Há também o columbófilo que faz as coisas de maneira diferente: Os pombos
entram mais rápido quando vêm o seu amigo, o tratador. Fazem as coisas como
deve ser. É outra boa razão para separar os filhotes dos pais mais cedo e tem a
ver com a seleção. O columbófilo começa a conhecer mais cedo quais são os
borrachos mais fracos.
Pombos
sem futuro
Quanto mais cedo se possa seleciona os borrachos, melhor. Na
verdade, a seleção pode começar quando os borrachos ainda não saíram do ovo.
Alguns conselhos sobre a seleção: 1) Não acreditem em ovos com uma casca muito
rugosa e dura. Se o borracho não morrer dentro do ovo, raramente será um
borracho vital, mesmo se é filho dos melhores pombos da colônia. A casca do ovo
deve ser brilhante, polida, tal como os pombos saudáveis. Deitem fora os ovos
com casca rugosa e dura. 2) Quando estiverem a anilhar os borrachos (oito a dez
dias de idade), verifiquem se algum deles tem as penas mais finas do que outros
borrachos a mesma idade. Tais pombos podem nunca mais vir a ser fortes,
vitais e saudáveis. Podem também eliminar esse borracho. É um pombo que não tem
futuro. 3) Atenção aos borrachos que estão sempre a piar na tigela. Pode ter
como origem a tricomoniase e a medicação específica dará uma ajuda. Mas tal
coisa nunca acontecerá a um bom columbófilo. Está sempre de alerta em relação a
tricomoniase e age preventivamente. Geralmente fala-se sobre borrachos que piam
muito na tigelas como sendo borrachos sem grande futuro. 4) Devemos também dar
atenção aos borrachos que aparecem molhados na tigelas. E aparecem molhados
porque os pais bebem muito e a papa que dão aos filhos contém muita água.
Pombos que bebem muito não se encontram em vezes são os órgãos digestivos que
não estão a funcionar bem. O começo de vida com estes borrachos não é o melhor.
Também é possível que os borrachos se deitem em cima das suas próprias fezes. E
por quê? Porque não têm força para lançar as fezes para fora da tigelas. Não
são suficientemente fortes. Libertem-se destes borrachos. 5) Às vezes
verifica-se que o crescimento das penas de cobertura na zona das escapulares
está atrasado. Se compararmos com outros borrachos da mesma idade a plumagem
está mais avançada, mais completa. Acompanhar com cuidado esses borrachos com a
plumagem atrasada, porque esse fato demonstra falta de vitalidade e isso
significa futuro incerto. 6) Após a separação dos pais, pode acontecer que os
borrachos demorem a começar a comer. Pedem até aos outros borrachos que lhes
dêem de comer. Mais uma vez: borrachos fracos não devem permanecer no pombal.
7) É um bom hábito abrir o bico dos borrachos pelo menos uma vez. Pode
acontecer que o bico esteja fraco e frágil. Esta anomalia demonstra uma fraca
ossatura e um corpo fraco. Fora! O mesmo deve acontecer com os borrachos que
têm uma grande abertura da garganta. 8) Eu já manuseei muito dos melhores
pombos da Bélgica e Holanda. Muito poucos desses pombos eram do tipo grande. E
os grandes só brilham nas provas de velocidade. A hipótese dos pombos grandes
serem bons nas longas distâncias é quase zero.
Outro
erro
Não gosto de pombos de ano que estejam quase sempre no chão
porque estão muito gordos e grandes demais para voar para os poleiros mais
altos, enquanto que pombos da mesma idade estão sempre a querer voar.
Columbófilos com pouca experiência pensam que os pombos grandes são os mais
fortes para voar. Estão enganados. O pombo de competição moderno é, sem dúvida,
menor. É importante aprender com os próprios erros. Aconteceu-me há tempos
ficar com um borracho que estava doente. A única razão: os pais eram realmente
especiais. Nunca me tinha acontecido e esse pombo doente também não deu
qualquer coisa de bom. Agora não hesito, a seleção para ser efetiva não deve
ter exceções. Boa saúde é o principal atributo que um borracho e mesmo um
adulto deve possuir. Se o borracho não está de boa saúde, primeiro elimina-se e
depois se verifica pela anilha quem são os pais. Se primeiro se vê quem são os
pais, talvez os nossos olhos de juiz sejam influenciados e sejamos persuadidos
a deixá-lo viver.
Positivo
Do que gosto mais nos pombos de ano, para além da sua saúde
natural, é o seu apego ao seu próprio território, apesar da sua tenra idade.
Pombos que gosto de apanhar no escuro e que sei estarem sempre no mesmo
poleiro, são normalmente bons pombos. Não gosto dos pombos que estejam pousados
em lugares diferentes. Os pombos que não se sintam atraídos pelo seu território
e o defendam, raramente são bons atletas.
Conclusão
Pombos com um corpo perfeito, olhos bonitos, plumagem
impecável e mesmo com um perfeito pedigree, podem ser aves sem valor, não
ganham nenhum prêmio. Este fato faz com que uma boa seleção seja tão
problemática. O que é mais importante e o que faz com que um pombo seja bom é o
seu caráter, o poder de orientação, a inteligência, a vitalidade, o
apego ao seu território. Por isso, alguns erros podem ser cometidos quando se
faz a classificação e seleção. Um columbófilo que classifica e selecciona com
base nos parâmetros da saúde nunca eliminarão bons pombos. E, felizmente, não
será assim difícil ver se um pombo está doente ou não. Não pensem que os
medicamentos fazem vencedores. Columbófilos célebres como Klak, Engels e muitos
outros têm tido imenso êxito procedendo assim. Não são doutores. químicos, pelo
contrário, poucos conhecem de medicamentos ou doenças. O que têm em comum é que
eles compreendem o que é importante A SELEÇÃO!
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